sábado, 29 de dezembro de 2012

Intervenção em Tiradentes - Museu em Minas Gerais


  O pátio de acesso, com vista da parte de trás da edificação original. À direita, a ampliação separada por uma faixa vertical de vidro


A liturgia que une o antigo e o moderno



  O Museu da Liturgia de Tiradentes, inaugurado em abril, abriga mais de 420 peças de alto valor artístico e histórico dos séculos 18 e 19. São pinturas, ex-votos, esculturas, paramentos, castiçais e candelabros de prata e estanho, tocheiros, missais, cálices, turíbulos, palmas de altar, lanternas e cruzes processionais. Ali, a construção antiga convive em harmonia com a ampliação de linhas retas e paredes brancas.


  O recém-inaugurado Museu da Liturgia traz para Tiradentes uma demonstração muito eficiente da convivência do antigo com o moderno. Na histórica cidade mineira, tem sido mais comum que os acréscimos e anexos necessários para adequar as construções centenárias a um novo uso (tanto residencial como comercial) repitam a estética colonial.


  No museu, porém, os arquitetos Ângela Arruda Fernandes e Luis Alberto Therisod, do escritório AF&T Associados, optaram por deixar bem evidente a intervenção atual.





À esquerda, a fachada da casa original (do século 18) depois de restaurada







  No pátio, junto ao antigo muro de pedra, bancos de concreto com dispositivos que transmitem textos bíblicos e a trilha sonora do museu


  Uma faixa vertical de vidro separa e integra o núcleo original (construído para moradia em meados do século 18) e a área nova, com cobertura de lajes impermeabilizadas. Essa, sem dúvida, foi a contribuição mais notável dos arquitetos.


  Um volume de linhas simples, no qual a grande marquise branca, os generosos panos de vidro e a ausência de telhas de barro na cobertura já indicam, desde o pátio de acesso, que se trata de uma intervenção contemporânea.


  A mesma proposta foi aplicada no anexo de 185 metros quadrados, destinado a abrigar reserva técnica, laboratório, núcleo de pesquisa e espaço educativo.


  As duas áreas recentes não travam competição com a mais antiga. Elas são coadjuvantes, deixando o papel principal para a construção setecentista.


  Por isso, o trabalho mais árduo - e hoje praticamente invisível - foi o de restauro e adequação da edificação existente, que tinha aproximadamente 250 metros quadrados.


  Ao longo do século passado, foram feitas três intervenções que aumentaram a área construída. Internamente, a casa colonial foi sendo adaptada para diferentes usos: paredes foram erguidas, quartinhos e banheiros foram instalados.


  A cada intervenção no pavimento térreo correspondia uma coluna ou parede de sustentação no subsolo, transformando o porão num labirinto quase impenetrável. Tudo isso foi removido.





Vista do pátio a partir da entrada, com os bancos de concreto à direita e a parte nova à esquerda





  O anexo, separado da construção antiga, abriga reserva técnica, laboratório, núcleo de pesquisa e espaço educativo





Vista do pavimento térreo


  O piso do subsolo foi rebaixado e a sala principal da antiga moradia, livre de paredes internas, tornou-se o maior espaço de exposição do museu.


  Para não comprometê-lo, a porta original permanece fechada e o acesso foi deslocado para o pátio lateral.


  Todos os elementos da construção original foram mantidos ou restaurados, assegura Ângela. “Nas fachadas laterais, as esquadrias retiradas em reformas anteriores foram resgatadas ou reconstruídas e instaladas nos locais dos vãos originais”, revela a arquiteta.


  O piso e o forro do núcleo original estavam de tal modo deteriorados que foram totalmente substituídos, ganhando tratamento acústico fundamental para o novo uso.


  Todas as salas são climatizadas e, no subsolo, devido ao pé-direito baixo, os dutos foram instalados na parede lateral.


  O hall de entrada, com altura dupla, abriga a circulação vertical (pequeno elevador e escada metálica) e permite a integração museográfica dos dois pavimentos. O piso faz referência aos tapetes de serragem usados em algumas procissões.


  O processo de conceituação, estruturação, projeto e implantação do Museu da Liturgia durou cerca de dois anos. Desde o início, arquitetura e museografia foram concebidas em harmonia.


  O designer Ronaldo Barbosa, responsável pelo projeto museográfico, participou de todas as fases do processo.





Texto de Airton Ribeiro

Publicada originalmente em PROJETODESIGN

Edição 391 Setembro de 2012





Ângela Arruda Fernandes(Universidade Federal de Minas Gerais, 1977) e Luis Alberto Therisod (Faculdade de Arquitetura da Universidade Nacional de Rosário, Argentina, 1973) são sócios no escritório AF&T Associados, que constituíram em 1991





  No hall, com pé-direito duplo, fica a circulação vertical. O piso faz referência aos tapetes de serragem que enfeitam as ruas da cidade em algumas procissões





Materiais aparentes caracterizam os interiores





Materiais aparentes caracterizam os interiores






http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/aft-associados-museu-tiradentes-minas-gerais-19-12-2012.html

Reforma - Cobertura Móoca/SP


ATUAL E PROPOSTO


http://www.bellatigiancoli.blogspot.com.br/

Moradia para estudantes - Ipiranga/SP


Ambientações Leroy Merlin Ricardo Jafet - Churrasqueiras


Pallets - use sem medo

O uso de materiais renováveis é um bem que não podemos mensurar.


A criatividade e bom gosto andam juntas e podem ser destacadas por peças exclusivas como estas apresentadas.


Com o uso de pallets que seriam descartados em qualquer caçamba ou lixo, nesta proposta foram de bastante utilidade.


Serviram de mesas de centro, aparadores, cabeceiras de camas e até para ambientes externos


Se começarmos a enxergar que este é o futuro, todos nós ganharemos tanto por ajudar a reciclagem, no aumento da vida útil dos materias, na diminuição de resíduos quanto pensar na nossa natureza, que aos poucos vem sendo devastada!